Ars Arbatel e os Espíritos Olímpicos

Dalton Ferreira | 12/09/2021 | 0 | 13127

Talvez o que mais confunda os adeptos sobre a natureza dessas entidades, a princípio, é justamente o título "Olímpico" que normalmente é associado ao panteão Grego, contudo esses seres não são, conforme alguns pensam, arquétipos gregos com nomes diferentes, e sim forças muito maiores e mais antigas que a própria humanidade e seus deuses.

Segundo o grimório de Arbatel, escrito pelo famigerado Heinrich Cornelius Agrippa, os Espíritos Olímpicos habitam o firmamento e os astros do firmamento.

No que diz respeito ao termo "firmamento" devemos considerar o significado religioso dessa palavra, derivada do latim "firmamentum" que significa suporte, e que é considerado o espaço celeste onde estrelas e planetas estão presentes, logo, se os Olímpicos habitam o firmamento e seus astros, podemos dizer que são entidades que atuam e estão presentes em todo o cosmo, e que habitam a matéria, o reino de Malkuth segundo a Cabala.

O grimório de Arbatel apresenta uma breve descrição sobre cada um dos Espíritos Olímpicos, são eles: Och, Phull, Phaleg, Ophiel, Bethor, Hagith e Aratron (Sol, Lua, Marte, Mercúrio, Júpiter, Vênus, Saturno, respectivamente).

Embora esses espíritos sejam associados a Magia Planetária, e o próprio grimório os apresentem como o "Olímpico de tal planeta" não são seres de essência planetária !

Novamente, segundo o Ars Arbatel, os Espírito Olímpicos apenas regem sobre os assuntos dos planetas aos quais estão associados (ênfase na palavra associados).
Esse fenômeno é explicado pelo axioma hermético da correspondência "O que está acima é como o que está abaixo".

De acordo com a Astrologia clássica, cada astro possui uma vibração característica que influencia nos seus arredores, essas vibrações se manifestam como virtudes e vícios, como por exemplo o planeta Marte que em suas vibrações positivas influencia na coragem, no senso de justiça, na força de vontade, e em suas vibrações primitivas influencia na raiva, agressividade e crueldade.

Embora hajam mais astros no nosso sistema solar, os grimórios antigos resumem em apenas 7 principais (Sol, Lua, Marte, Mercúrio, Júpiter, Vênus e Saturno) que formam o Sistema Ptolomaico de Astrologia, onde cada um desses astros possuem suas vibrações individuais que manifestam um conjunto de vícios e virtudes.

Os Espíritos Olímpicos então, quando invocados ou presentes no sistema solar da nossa civilização, se organizam a trabalhar nos assuntos das influências dos astros locais, e isso não significa que os mesmos sejam seres planetários, mas sim que apenas se adaptam ou possuem afinidade com a vibração desses astros, da mesma forma como os Arcanjos são seres associados a planetas do sistema solar, mas que obviamente não habitam o plano físico, e sim as dimensões superiores da Árvore da Vida, dimensões estas que pela lei da correspondência possuem afinidade energética com o que está aqui abaixo, os planetas.

Mas afinal Dalton, o que raios são essas entidades?

Os Espíritos Olímpicos são na verdade, as consciências das forças intrínsecas da matéria, como por exemplo:

Imaginemos uma planta ????

Em dado momento, essa planta não existia, ela teve que surgir de uma semente para se tornar o que é hoje, e para isso acontecer houve um princípio energético, o princípio da vitalidade, do nascimento, da luz da vida, chamado de Och.

De um pequeno broto, a planta cresce e vai aumentando seu tamanho, criando estrutura, mais tarde florescendo, e para isso acontecer houve um princípio energético, o princípio da expansão, do crescimento, chamado de Bethor.

Por vezes a planta pode vir a se encontrar em diferentes situações climáticas, como o frio, calor, ar seco, ventos fortes, mas ela continua de pé e saudável, pois existe uma estrutura que a sustenta, onde há o princípio energético da força e do vigor, chamado de Phaleg.

Aos olhos de alguns que vêem, a planta chama a atenção, cativa, e aí podemos notar a presença do princípio energético da atração e da beleza, chamado de Hagith.

Chegará um tempo onde a planta irá morrer, pois nada é eterno, e quando isso acontecer, estará se manifestando o princípio dos ciclos, da finalização, que é chamado de Aratron.

O que invocamos no ritual, através dos selos apresentados no grimório de Arbatel, são simplesmente a consciência dessas forças da matéria, que atuam no universo físico inteiro, diga-se de passagem.

A proporção do poder e influência dos Espíritos Olímpicos é inimaginável, suas forças se aplicam as mais variadas situações e objetivos mágicos, e o mais fascinante de tudo isso, é que são seres facilmente contactados, com poucas ferramentas e liturgia, afinal, as ferramentas clássicas da Alta Magia e as longas liturgias tem como objetivo somente a abertura de um portal para uma outra dimensão ou planeta, como é o caso da Magia Cerimonial com Anjos, Inteligência Planetárias e Daemons.

Não é necessário abrir um portal para aquilo que já está aqui, o tempo todo, em todo lugar.

O selo do Olímpico e o curto texto de conjuração do Arbatel, somados com elementos básicos de magia, como velas e incensos com determinadas correspondências planetárias, são o suficiente para manifestar a energia e consciência do espírito em seu local de prática, e ter excelentes resultados.

Bom demais pra ser verdade? Pois é...

Nem tudo que desejarmos ou pedirmos aos Espíritos Olímpicos será atendido.

Segundo Arbatel, os Espíritos Olímpicos executam somente aquilo de estiver de acordo com o fluxo natural do universo, de acordo com a vontade divina, os darmas e karmas de cada um, por assim dizer a grosso modo.

Na prática, trabalhar com Espíritos Olímpicos é como trabalhar com Anjos, se trata do mesmo "modus operandi", eles levam em consideração o mérito individual e se o adepto está preparado para a magnitude do resultado desejado.

Por exemplo, nada te impede de pedir que Bethor expanda seu negócio até você se tornar um milionário, mas se você não estiver preparado pra lidar com as consequências disso, provavelmente irá sofrer com o peso das responsabilidades, do estresse, da inveja, dos riscos de vida, dando origem a uma série de problemas que atrasem seu processo espiritual evolutivo, processo esse que Anjos e Olímpicos presam muito em relação a humanidade.

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As referências para esse texto foram o próprio grimório de Arbatel e também os textos do Blog do Frater Acher, o Theomagica, além claro, minhas próprias experiências e estudos individuais sobre esses seres.

Aproveitando a deixa, clica aqui abaixo pra ler sobre minha experiência com Bethor.

https://cursos.covildoeremita.com.br/artigo/o-espirito-olimpico-de-jupiter

E fiquem ligados, pois em breve estarei lançando um curso completo e GRATUITO sobre a Magia de Arbatel e os Espíritos Olímpicos !!!

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